segunda-feira, 12 de junho de 2017

PESSOAS | Publicitário, o pai de João Doria atual prefeito de SP, inventou o Dia dos Namorados no Brasil em 1948

O padroeiro dos casamentos é celebrado no dia 13 de junho. Pois o nosso Dia dos Namorados ficou para um dia antes, dia 12. Afinal, como foi instituida a data no Brasil?

O publicitário João Agripino da Costa Doria, pai do atual prefeito de São Paulo, João Doria Junior, criou a data em 1948, para aumentar as vendas de uma loja de roupas (Reprodução/Facebook).

Em quase todos os países do mundo se comemora o Dia dos Namorados. A data é uma referência ao São Valentim, que preso se apaixonou por uma mulher cega. A moça era responsável por levar refeições os prisioneiros. Um dia antes de sua morte, no dia 14 de fevereiro, ele escreveu uma carta de despedida, que a fez enxergar. A assinatura deixada por ele foi “seu eterno Valentim”, a mesma utilizada nos cartões até hoje. 

O Brasil não é o único a Celebrar o amor em mês diferente. Mas como a comemoração brasileira foi parar em junho? O dia 12 de junho é o dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro. No entanto quem estabeleceu comemoração na data foi o pai do prefeito de São Paulo, João Dória, na década de 1940. Assim ele criou o Dia dos Namorados. A data foi apoiada pela Confederação do Comércio de São Paulo e teve como slogan “não é só de beijos que vive o amor”.


Por Clovis Assis 
>Da Redação
Atores & Midias


Nos Estados Unidos e em boa parte da Europa, o Dia dos Namorados é comemorado no dia 14 de fevereiro. É a festa de São Valentim, um mártir da igreja que foi assassinado no ano 269. Mas Valentim não é popular no Brasil. Um publicitário baiano radicado em São Paulo resolveu relacionar a celebração do amor a outra figura, bem mais próxima do nosso imaginário: Santo Antônio.

O padroeiro dos casamentos é celebrado no dia 13 de junho. Pois o nosso Dia dos Namorados ficou para um dia antes, dia 12. Afinal, primeiro de namora. Depois, se casa.

O publicitário em questão é João Agripino da Costa Doria, pai do atual prefeito de São Paulo, João Doria Junior. Nascido em 1919, ele trocou a Bahia pelo Rio de Janeiro em 1942 e, dois anos depois, começou a carreira na publicidade como redator da empresa Standard Propaganda S.A.

Em 1945, assumiu a direção da filial da agência em São Paulo. Em 1948, ele se viu diante de um desafio: impulsionar as vendas da rede de lojas de roupas Exposição – Clíper.
Atual prefeito de São Paulo, João Doria Junior (Reprodução/lnternet)
O Dia das Mães garantia os lucros de maio. A data era popular no Brasil desde a década de 1910, mas apenas nos anos 1940 havia se tornado um fenômeno comercial. Faltava um fenômeno parecido em junho. Foi quando João Doria teve a sacada de relacionar uma nova data ao santo casamenteiro.

O anúncio impresso ignorava o fato de que, em quase todo lugar, o dia dos namorados é comemorado em fevereiro: “Êste (sic) é o dia em que no mundo inteiro as criaturas que se amam trocam juras de amor e ternos presentes...” E finalizava: “Não se esqueçam: amor com amor se paga”.

Cassado pela ditadura
Publicitário de sucesso, João Doria acabou criando a própria agência em São Paulo. Depois fez um rápido retorno a Salvador, onde foi um dos criadores do marketing político. Eleito deputado, seria cassado pela ditadura em 1964. Depois de dez anos de exílio, retornaria a São Paulo, onde viveria até a morte, em 2000.

Seus quatro filhos, de dois casamentos diferentes, acabaram seguindo carreira na área de comunicação. “Meu pai inspirou tanto ao Raul quanto a mim”, diz o atual prefeito de São Paulo, fazendo referência a seu irmão mais novo, produtor de uma agência de propaganda. “E inspirou aos meus outros dois irmãos, frutos do outro casamento do meu pai, o Marcelo e o Raphael. Eles também se conduziram para a área da comunicação e se sentem muito felizes”.
Fonte:
www.gazetadopovo.com.br