LOGO na primeira semana de 2017, em que o Prefeito eleito José Carlos do Pátio assume a administração da Prefeitura Municipal de Rondonópolis/MT e anuncia o nome de Humberto de Campos como o titular da Secretaria Municipal de Cultura, muitas opiniões -e até críticas polêmicas-, foram manifestadas nas redes sociais.
Saiba o que alguns artistas rondonopolitanos pensam sobre o assunto. E confira também quais as atribuições cabíveis a um secretário de cultura. Ao final, caro leitor, será sua vez de emitir sua própria opinião.
QUEM não já ouviu certo burburinho entre populares – e até mesmo entre um ou outro profissional da ‘elite cultural’ – de que uma Secretaria Municipal de Cultura haveria de existir em função do próprio benefício dos artistas, garantindo-lhes o executar de suas obras – e claro, a valorização do próprio ego.
Diante de tanta falácia, subentende-se ainda que uma administração municipal teria um dever: o de garantir a distribuição de valores (divisão da verba orçamentária) entre cada um dos profissionais e/ou seus coletivos artísticos, que em sua cidade residem e nela atuam. Ledo engano.
Sem exageros, mas é possível sim perceber equívocos como esses que formam também o pensamento coletivo da população – que circula fora da roda cultural – de que a referida secretaria seria então uma inutilidade, um desperdício de dinheiro, ante as prioridades básicas, necessárias para o bem-estar de toda uma sociedade.
Assim fosse, uma Secretaria da Saúde (só para uma hipotética comparação) dedicaria atenção apenas aos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, agentes...etc.) e não para o pronto-atendimento dos cidadãos que dela necessitam e usufruem. Bem como uma Secretaria da Educação seria apenas para beneficiar professores e não para prioritariamente oferecer estrutura, qualidade do ensino e condições favoráveis aos estudantes... São apenas comparações – desnecessárias, talvez, neste argumento - diga-se. Então, para que serve uma Secretaria de Cultura?
O blog Atores & Mídias levantou esta pauta, inspirado por discursos textuais postados em rede social na web –por uma parcela de artistas e produtores rondonopolitanos, que têm representatividade, mas que, estatisticamente não corresponde aos 100% do total de profissionais atuantes em Rondonópolis.
As declarações dos artistas, produtores, publico, e ativistas, foram manifestadas ao longo de uma postagem (com mais de 110 curtidas, uns 60 comentários e 17 compartilhamentos) publicada pelo músico Maximiano Ferraz de Almeida, em sua página oficial, no Facebook, na noite da terça-feira, dia 03.
Ferraz, em sua publicação ‘linkou’ o site Primeira Hora, que destacava a manchete: “Zé não deve acabar com Secretaria de Cultura; novo gestor será anunciado nesta semana”. A notícia foi recebida com entusiasmo pelos internautas locais.
(confira quem opinou e o que eles disseram ao final da matéria)
Contudo, o músico lamentou o enfraquecimento da associação. “O Conselho em dois (02) anos da gestão passada ficou desativado pela descomposição da chapa eleita e também por ser um trabalho voluntário sem nem uma remuneração”, declara Max.
A delegada regional da dança do estado do Mato Grosso, Sarah Jane Ereio Venâncio, solicitada pelo Blog, expressou descontentamento quanto às gestões anteriores na administração da pasta cultural. “Nos últimos anos procurei evitar a Secretaria de Cultura quanto à apoio cultural e também me afastei do Conselho Municipal de Política Cultural, no qual participei durante alguns anos como representante do segmento da dança. A classe, na minha opinião, precisa ter outros nomes na sua representação municipal para que haja oportunidade de experiência à outras liderânças”, sugere Sarah Jane, diretora da Academia Líder de Artes.
Quanto ao recurso de aproximados R$ 4 milhões, que a SECULT teria disponível para investir (conforme divulgado no site Primeira Hora), Max é categórico ao afirmar que é uma ilusão. “O recurso à cultura é como nos outros organismos, é fictício. O governo pode, mas não deve remanejar”.
Sarah Jane Venâncio acrescenta que um dos comentários sobre o orçamento da Secretaria é de que o mesmo seja usado principalmente para folha de pagamento. “Se há tanto investimento em folha de pagamento, então a Secretaria de Cultura com todos esses recursos humanos poderia assumir a realização de eventos que atendessem o coletivo (artistas, estudantes, público) como Festivais de Teatro, Dança, Música, Corais, Exposições, etc...”, reconhece Sarah.
Max diz que a parte queixosa da disponibilidade da verba, destinada ao desenvolvimento cultural, é a de “que precisa de um exercício de transparência por parte dos governos com o dinheiro público e mais participação dos artistas com bons projetos”, confirma. “Penso que se os artistas trabalharem em seus seguimentos de forma sistêmica é possível lograr êxito em seus anseios no quatriênio que se aproxima”, conclui Max.
Assim sendo então a secretaria de cultura, teria condições também de promover eventos que possam prestigiar todos os segmentos, conforme a opinião de Sarah Jane.“Promover cursos de capacitação para elaboração de projetos e assessorar os elaboradores de projetos da área cultural com avaliações que possam ajudá-los na qualidade do mesmo. Promover cursos sobre a economia da cultura seria muito interessante também”, completa Sarah.
Saiba o que alguns artistas rondonopolitanos pensam sobre o assunto. E confira também quais as atribuições cabíveis a um secretário de cultura. Ao final, caro leitor, será sua vez de emitir sua própria opinião.
➧ESPECIAL, por Clóvis Assis
A t o r e s & M í d i a s
A t o r e s & M í d i a s
QUEM não já ouviu certo burburinho entre populares – e até mesmo entre um ou outro profissional da ‘elite cultural’ – de que uma Secretaria Municipal de Cultura haveria de existir em função do próprio benefício dos artistas, garantindo-lhes o executar de suas obras – e claro, a valorização do próprio ego.
Diante de tanta falácia, subentende-se ainda que uma administração municipal teria um dever: o de garantir a distribuição de valores (divisão da verba orçamentária) entre cada um dos profissionais e/ou seus coletivos artísticos, que em sua cidade residem e nela atuam. Ledo engano.
Sem exageros, mas é possível sim perceber equívocos como esses que formam também o pensamento coletivo da população – que circula fora da roda cultural – de que a referida secretaria seria então uma inutilidade, um desperdício de dinheiro, ante as prioridades básicas, necessárias para o bem-estar de toda uma sociedade.
Assim fosse, uma Secretaria da Saúde (só para uma hipotética comparação) dedicaria atenção apenas aos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, agentes...etc.) e não para o pronto-atendimento dos cidadãos que dela necessitam e usufruem. Bem como uma Secretaria da Educação seria apenas para beneficiar professores e não para prioritariamente oferecer estrutura, qualidade do ensino e condições favoráveis aos estudantes... São apenas comparações – desnecessárias, talvez, neste argumento - diga-se. Então, para que serve uma Secretaria de Cultura?
O blog Atores & Mídias levantou esta pauta, inspirado por discursos textuais postados em rede social na web –por uma parcela de artistas e produtores rondonopolitanos, que têm representatividade, mas que, estatisticamente não corresponde aos 100% do total de profissionais atuantes em Rondonópolis.
As declarações dos artistas, produtores, publico, e ativistas, foram manifestadas ao longo de uma postagem (com mais de 110 curtidas, uns 60 comentários e 17 compartilhamentos) publicada pelo músico Maximiano Ferraz de Almeida, em sua página oficial, no Facebook, na noite da terça-feira, dia 03.
Ferraz, em sua publicação ‘linkou’ o site Primeira Hora, que destacava a manchete: “Zé não deve acabar com Secretaria de Cultura; novo gestor será anunciado nesta semana”. A notícia foi recebida com entusiasmo pelos internautas locais.
(confira quem opinou e o que eles disseram ao final da matéria)
“A Secretaria de cultura de Rondonópolis é parte integrante do Sistema Nacional de Cultura. Ela compreende as cinco exigências preconizadas pelo MINC-Ministério da Cultura” esclarece a priori o cantor Maximiano Ferraz, que atuou como presidente do Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC gestão 2012/2013). “Foi uma luta ingente das categorias, um anseio antigo dos artistas, que depois de muita luta do CMPC - transformou em leis como garantia de legado”, afirmou.
Contudo, o músico lamentou o enfraquecimento da associação. “O Conselho em dois (02) anos da gestão passada ficou desativado pela descomposição da chapa eleita e também por ser um trabalho voluntário sem nem uma remuneração”, declara Max.
A delegada regional da dança do estado do Mato Grosso, Sarah Jane Ereio Venâncio, solicitada pelo Blog, expressou descontentamento quanto às gestões anteriores na administração da pasta cultural. “Nos últimos anos procurei evitar a Secretaria de Cultura quanto à apoio cultural e também me afastei do Conselho Municipal de Política Cultural, no qual participei durante alguns anos como representante do segmento da dança. A classe, na minha opinião, precisa ter outros nomes na sua representação municipal para que haja oportunidade de experiência à outras liderânças”, sugere Sarah Jane, diretora da Academia Líder de Artes.
Quanto ao recurso de aproximados R$ 4 milhões, que a SECULT teria disponível para investir (conforme divulgado no site Primeira Hora), Max é categórico ao afirmar que é uma ilusão. “O recurso à cultura é como nos outros organismos, é fictício. O governo pode, mas não deve remanejar”.
Sarah Jane Venâncio acrescenta que um dos comentários sobre o orçamento da Secretaria é de que o mesmo seja usado principalmente para folha de pagamento. “Se há tanto investimento em folha de pagamento, então a Secretaria de Cultura com todos esses recursos humanos poderia assumir a realização de eventos que atendessem o coletivo (artistas, estudantes, público) como Festivais de Teatro, Dança, Música, Corais, Exposições, etc...”, reconhece Sarah.
Max diz que a parte queixosa da disponibilidade da verba, destinada ao desenvolvimento cultural, é a de “que precisa de um exercício de transparência por parte dos governos com o dinheiro público e mais participação dos artistas com bons projetos”, confirma. “Penso que se os artistas trabalharem em seus seguimentos de forma sistêmica é possível lograr êxito em seus anseios no quatriênio que se aproxima”, conclui Max.
Assim sendo então a secretaria de cultura, teria condições também de promover eventos que possam prestigiar todos os segmentos, conforme a opinião de Sarah Jane.“Promover cursos de capacitação para elaboração de projetos e assessorar os elaboradores de projetos da área cultural com avaliações que possam ajudá-los na qualidade do mesmo. Promover cursos sobre a economia da cultura seria muito interessante também”, completa Sarah.
E sobre a opinião 'formada' a respeito da imagem do artista, diante da política e da sociedade, Sarah Jane desabafa: “Gostaria de um dia não ouvir mais a frase ‘classe sofrida’ entre outras que nos colocam como coitados. Frases de pessoas que não consideram a arte como profissão e sim como atividade supérflua que deveria ser exercida paralelo à uma outra profissão reconhecida”, dispara a artista.
Como percebemos o assunto sobre a cultura de um município é equivalente às reivindicações de artistas profissionais de todo o País. Em Rondonópolis não seria diferente.
Por isso a questão foi levantada logo na primeira semana de 2017, em que o prefeito eleito José Carlos do Pátio assume então a Prefeitura Municipal de Rondonópolis/MT e anuncia o nome de Humberto de Campos, como o titular da Secretaria Municipal de Cultura.
E diante dessa noticia divulgada por Max Ferraz em sua página no facebook, no ultimo dia 03, foi que imediatamente alguns artistas começaram manifesto na web. Ferraz, em sua publicação ‘linkou’ o site Primeira Hora, que destacava a manchete: “Zé não deve acabar com Secretaria de Cultura; novo gestor será anunciado nesta semana”. A noticia foi recebida com entusiasmo pelos internautas locais. E em meio a expectativa, já na tarde do dia 04, foi divulgado o nome do o Sr. Humberto de Campos como novo Secretario de Cultura: . (veja currículo abaixo)
(Foto: Arquivo do Facebook)
Segundo o Blog Estela Boranga Comenta "depois de ventilada a possibilidade de a Secretaria Municipal de Cultura ser extinta na administração do prefeito Zé Carlos do Pátio (SD) e ele ter recebido manifestações de descontentamento da classe artística do município, houve uma reversão quanto a isso vir a acontecer, com a definição do nome de Humberto de Campos (SD), para assumir a Pasta". Humberto de Campos tem 57 anos, é servidor de carreira há 12 anos e é concursado como fiscal de Obras e Posturas, da Secretaria Municipal de Receita. (Fonte:Estela Boranga.com.br) |
A partir de então uma série de opiniões (e até polêmicas declarações) foram publicadas democraticamente na rede social do cantor Max Ferraz. Não faltaram sugestões e criticas ao sistema cultural, que há muitos anos é motivo de insatisfação entre os artistas locais.
CONFIRA ABAIXO O QUE ELES DISSERAM: Saiba da opinião de quem não só faz arte, mas que depende dela pra viver, e também de pessoas que admiram e incentivam o trabalho cultural de cada profissional: o grande público.
E ao final, Atores & Mídias apresenta uma lista de atribuições, como sugestão, que seriam inerentes a uma Secretaria de Cultura para o desenvolvimento de seu objetivo. E então que cada um, dentre vocês caros leitores, emita sua opinião de própria conclusão.
"Pois é... que notícia da hora! Já era tempo! Resgatar a cultura é muito importante... É animador", comemorou a professora Cacau Handaras, e dançarina integrante do Grupo de Dança Handaras. |
"Parabéns Humberto, homem do bem e com visão para os artistas da nossa cidade! Que Deus abençoe essa nossa caminhada!", deseja Cuia, vocalista do Temperos do Samba. |
"É vero... quero ver o Humberto com esta grana falar que não pôde, mas ainda é cedo para previsão. Humberto e um cara acessível meu amigo, é indicação do Mestre Ubaldo Tolentino Barros, que como empresário esteve junto dos artistas, tem tudo pra dar certo", declarou o escultor Mando Nunes. |
"Muito boa notícia...Vamos continuar na luta pela cultura de Rondonópolis. Tamo Junto!", reforçou o rockeiro Luizão Lima Botero, da Banda Remorse. |
"Não teria lógica o Zé acabar com algo que tanto nos faz bem...Eu tinha certeza que ele não faria isso..Cultura é eternizar à Vida!!", declara a engajada Rose Meire Rodrigues. |
"Isso é bom, mas tem de ser para todos. Não pode abranger apenas um pequeno grupo", afirma o cantor, locutor e apresentador Anselmo de Oliveira.
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Atribuições a um secretário de cultura
(Fonte: www.porciuncula.rj.gov.br/site/)
- fixar os objetivos setoriais e as linhas da política municipal de cultura;
- captar e aplicar os recursos públicos e privados para a instalação e manutenção das unidades culturais do Município;
- propor acordos e convênios com entidades públicas e privadas para execução de programas e campanhas de cultura;
- supervisionar e avaliar as ações na área cultural do Município;
- representar o Município junto às instituições oficiais e privadas, nacionais e internacionais, em assuntos atinentes à pasta, respeitada a legislação vigente;
- fomentar as manifestações culturais, tanto no que se refere à produção de cultura quanto no que concerne à divulgação de produtos culturais;
- incentivar a participação da comunidade na elaboração e proposta de planos projetos e eventos de natureza cultural;
- realizar atividades que possibilitem à população a convivência com as artes em geral, despertando-lhe o interesse pela cultura;
- promover ações visando a valorização do artista local;
- elaborar programas referentes à proteção e divulgação do patrimônio histórico e cultural do Município;
- desenvolver e acompanhar os objetivos, as metas e ações do Planejamento Estratégico de Governo que estejam relacionados à Secretaria;
- o desempenho de outras atividades correlatas.