sábado, 29 de fevereiro de 2020

LITERATURA | Academia Brasileira de Escritores lança a 'Oficina Literária' para a troca de experiências entre escritores e a produção de obras literárias

Atores & Mídias bateu um papo com o Prof. Dr. João Paulo Vani, presidente da ABRESC, com a Prof.ª Dra. e Articulista de Literatura e Cultura do Diário da Região, Patricia Reis Buzzini; e com a Prof.ª Psicopedagoga e presidente da Tertúlia Lusófona, Samira Camargo, sobre o projeto 'Oficina Literária', que será lançado nesta segunda (02/03) na Livraria Empório Cultural no Riopreto Shopping. CONFIRA AS ENTREVISTAS:

João Paulo Vani, presidente da ABRESC, com Patricia Reis Buzzini 
e Samira Camargo (Foto: Divulgação)
Por Clóvis Assis
29 fev 2020, 00h46

A LITERATURA brasileira influenciou e influencia escritores ao redor do mundo. Do Romantismo de José de Alencar ao Regionalismo universal de Guimarães Rosa, a riqueza literária brasileira está preservada em bibliotecas, nas escolas, universidades e nos debates acadêmicos.

A Escrita Criativa e seus cursos, denominados Oficina Literária, cada vez mais ganham espaço em estudos acadêmicos e em domínios midiáticos. Esses cursos têm chamado a atenção de novos escritores empenhados em dominar as técnicas literárias. 

Porém, hoje se percebem manifestações literárias além desses espaços e instituições, articulando escritores, produtores culturais, entre outros agentes.

Em São José do Rio Preto (SP), por exemplo, um importante movimento intelectual vai fomentar a produção literária, com a formação de novos escritores, e que promete atrair novos leitores, incentivando o hábito pelos livros.

Com a iniciativa dos professores Patrícia Reis Buzzini e João Paulo Vani (Doutores em Literatura) a Academia Brasileira de Escritores (Abresc) promove, nesta segunda-feira (02 de março), a abertura do Projeto 'Oficina Literária', com o intuito de promover a produção literária de forma orientada e compartilhada. 

lançamento oficial do projeto acontece às 19h30 na Livraria Empório Cultural no Riopreto Shopping Center, aberto ao público com entrada franca.
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A Oficina Literária será realizada entre março a novembro de 2020, será composta por um grupo de escritores para a troca de experiências com relação ao processo de escrita literária. 

A partir de encontros semanais, realizados às segundas-feiras, das 19h às 21h, no mesmo local, os participantes serão motivados a criar uma rotina de escrita, compartilhar seu trabalho criativo com o grupo e receber orientações técnicas para a finalização de sua obra, seja ela um romance, um livro de poesias ou de contos.

O projeto prevê a realização de 32 "encontros de trabalho", dos quais 25 serão voltados ao desenvolvimento das obras autorais inéditas dos escritores participantes, além de sete palestras abertas ao público, sobre temas de interesse geral como: crítica literária, história do livro, aspectos legais da publicação, marketing editorial, etc.

Como resultado dos esforços dos participantes da Oficina Literária, no início de 2021, espera-se que todos estejam com seus livros finalizados e prontos para publicação. 

ATORES & MÍDIAS ENTREVISTA JOÃO PAULO VANI, PATRÍCIA REIS BUZZINI E SAMIRA CAMARGO 

QUEM NUNCA se emocionou ao ler um romance, ou não se animou com um livro de aventura e magia? E com as boas biografias, poesias e as fábulas que tanto podem nos inspirar, fazer sonhar e "viajar"... além de nos oferecer uma infinidade de oportunidades de aprendizado, reflexão, conhecimento e diversão.

A leitura literária é uma experiência intensa em que o leitor está tão comprometido com a produção de sentido quanto o escritor no ato da escrita. 

Vários blogs são criados e livros são escritos com o objetivo de divulgar a ideia de que qualquer um pode ser escritor, desde que encare a sério tal propósito.

Para saber mais da relação leitor-escritor, o Blog Atores & Mídias bateu um papo com os idealizadores da Oficina Literária: o presidente da Academia Brasileira de Escritores (ABRESC), Prof. Dr. João Paulo Vani e a Prof.ª Dra. em literatura e chanceler da Abresc, Patrícia Reis Buzzini.

João Paulo fala da importância do projeto, da troca de experiências entre os participantes e dos requisitos que todo aspirante a escritor deve ter para tornar-se autor de obras literárias. "Trabalho, dedicação e rotina são elementos importantes para quem deseja produzir um livro", orienta.

Escritora e renomada articulista de Literatura e Cultura do Jornal Diário da RegiãoPatrícia Buzzinitraça um paralelo entre a publicação de livros físicos e os avanços da tecnologia com o adventos dos livros digitais (e-books). "Acredito que os livros impressos não perderão a sua função na sociedade", diz Patrícia.

O blog conversou também com a escritora, professora, psicopedagoga e presidente do Projeto Tertúlia Lusófona, Samira Camargo, que participa da realização da Oficina como colaboradora e incentivadora, visando futuros escritores que possam contribuir para a Língua Portuguesa.

Na entrevista Samira comenta sua trajetória e incentiva o escritor iniciante que acredita ser muito difícil produzir, publicar, lançar e comercializar seus livros. "Este projeto da Oficina Literária tem como objetivo facilitar todos estes itens", diz ela.

➧CONFIRA ABAIXO 
AS ENTREVISTAS NA ÍNTEGRA
João Paulo Vani: presidente da Academia Brasileira de Escritores
(Foto: Divulgação)
'Trabalho, dedicação e rotina são importantes para quem deseja produzir um livro', diz João Paulo Vani

➧JOÃO PAULO VANI, 

Presidente da Academia Brasileira de Escritores

A&M―Qual a importância de se promover uma Oficina Literária?

JOÃO PAULO VANI: "O ponto de partida de um projeto como esse é a orientação mais formal e profissionalizada da produção textual. Entendo ser muito importante, dentre muitas outras descobertas, o aspirante a escritor deixar de lado a imagem bucólica de que para escrever seja necessário apenas uma casinha à beira de um lago, champagne e uma máquina de escrever. O desenvolvimento de hábitos que envolvam organização, pesquisa e método são fundamentais para o nascimento que qualquer obra".

A&M―A Oficina é direcionada somente a escritores profissionais (com obras publicadas) ou também está aberta a amadores e/ou a quem queira iniciar-se na arte de escrever livros?
JOÃO PAULO: "Nosso público-alvo é formado por pessoas que desejam desenvolver um projeto editorial – seja o primeiro ou o décimo. Nosso interesse com a Oficina Literária é, além de criar uma cultura mais profissional em relação à produção editorial, dar voz às pessoas que sentem o desejo de escrever seus livros".

A&M―Muitos jovens, que aspiram à carreira de escritor, chegam à faculdade ou aos workshops inseguros, com cadernos, notebooks e uma vontade imensa de transformar suas ideias em texto. 
A pergunta é: dá para transformar um aluno em um escritor? O que é mais importante: formação acadêmica, dom, talento ou vocação?
JOÃO PAULO: "Essa é uma excelente pergunta, justamente por não haver um elemento mais importante. O que realmente importa é o conjunto. De nada adianta uma boa formação acadêmica se o aspirante a escritor não tiver um método produtivo de trabalho; talento, dom e vocação me parecem se misturar em muitos aspectos e o sonho e a inspiração não bastam. Trabalho, dedicação e rotina são elementos importantes para quem deseja produzir um livro".
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Patrícia Reis Buzzini (Foto: Johnny Torres)
'Os livros impressos não perderão a sua função na sociedade', diz Patrícia

➧PATRÍCIA REIS BUZZINI,
Chanceler da Abresc 
Articulista de Literatura e Cultura no Diário da Região.

A&M―
Como você vê a produção de obras independentes de escritores na região de Rio Preto? 

PATRÍCIA REIS BUZZINI: "Vejo como uma excelente oportunidade de revelar novos talentos. E para isso contamos com a parceria do Riopreto Shopping e da Livraria Empório Cultural, aos quais desde já sentimo-nos muito agradecidos pelo apoio".
A&M―Cada dia mais a tecnologia tem se integrado aos hábitos diários e as pessoas têm cada vez mais lido livros (e-books) em seus dispositivos de mídias. Com a revolução digital versus mercado editorial será que os livros impressos vão resistir a essa mudança?
PATRÍCIA: "Assim como a rádio não desapareceu com o surgimento da televisão, acredito que os livros impressos não perderão a sua função na sociedade. Eu, particularmente, não gosto de e-books porque me cansam a vista".
A&M―Quais os resultados almejados que os participantes podem esperar dos encontros da Oficina Literária? Em que sentido elas são eficazes? Da prática, da troca de ideias...?
PATRÍCIA: "Em primeiro lugar, a oficina será uma oportunidade de troca de conhecimento entre os participantes. Ao mesmo tempo, os encontros semanais favorecem a criação de uma rotina de escrita, hábito importante para quem deseja publicar um livro. Em terceiro lugar, teremos acesso a orientações e normas editoriais imprescindíveis para a execução e finalização do projeto. Entre outros benefícios".
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Samira Camargo: presidente do Projeto Tertúlia Lusófona
(Foto: Divulgação)
'Tanto o escritor como o leitor nunca deixarão o livro físico morrer', diz Samira

➧SAMIRA APARECIDA DE CAMARGO,
Escritora, Profª Psicopedagoga 
e presidente do Projeto Tertúlia Lusófona

A&M―Como autora de várias obras publicadas e co-autora de tantas outras, quais os obstáculos que atualmente um escritor encontra desde a produção, a publicação até o lançamento e a comercialização de suas obras?
SAMIRA CAMARGO: "Para o escritor que está iniciando sua carreira, é muito difícil produzir, publicar, lançar e comercializar seus livros. Este projeto da Oficina Literária tem como objetivo facilitar todos estes itens. Mesmo que o escritor não consiga produzir um livro solo, ele pode iniciar através das Antologias.
Eu iniciei minha experiência de escritora em Antologias, pois juntos com outros escritores consegui produzir meu conto, publicar, ter meu lançamento e a editora se responsabilizou por comercializar o livro. 
Minha primeira experiência foi escrever um conto para uma Antologia que foi lançada em 2.017 na Feira Internacional de Livros e Impresa, na Suíça /Genebra, onde tive o privilégio de comparecer.
Foi um momento mágico para mim. Me deu confiança para escrever meu primeiro livro: AS 7 MARIAS."
A&M―A prática da leitura ainda não está totalmente presente entre os brasileiros. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura do Instituto Pró-Livro., 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro. 
Como a Oficina Literária com as palestras públicas poderá contribuir para atrair e incentivar o público ao hábito da leitura?
SAMIRA: "A Oficina Literária ao dar as palestras ao público quer exatamente valorizar o leitor. Muitas vezes o leitor não é motivado a ler. Falta dar uma atenção especial ao leitor, principalmente ao leitor brasileiro que não tem o hábito de leitura".
A&M―Qual sua opinião sobre a literatura e o leitor em tempos de mídia digital versus o mercado editorial de livros físicos?
SAMIRA: "Minha opinião é que tanto o escritor como o leitor nunca deixarão o livro físico morrer. Apesar de estarmos vivendo um tempo de mídia digital manusear o livro físico é algo inexplicável tanto para o escritor como para o leitor."


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➧EDITADO POR:
CLÓVIS ASSIS ATORES & MÍDIAS
Ator, Jornalista e Redator

➧PUBLICADO EM:
Sábado, 29/02/2020
às 00h48 | Rio Preto, SP

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Academia Brasileira de Escritores, livro

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