domingo, 8 de julho de 2018

NA MÍDIA | Teu passado te condena nas redes sociais? Caso Cocielo leva famosos a apagar posts antigos na web

Após youtuber causar controvérsia por racismo, seguido por Bruno Gagliasso acusado de homofobia, assessores de ‘influenciadores digitais’ e de famosos os orientam a deletarem textos antigos: 'Depois desse caso, olhei o Twitter de todos os meus clientes. Vai que...'
 
Internautas resolveram resgatar 'posts homofóbicos' de Bruno Gagliasso, após criticar 'mensagem racista' publicada por Júlio Cocielo. (Fotos: Reprodução/Youtube)
🎬 Da Redação             
 A t o r e s  &  M í d i a s

COM o caso de Júlio Cocielo, muitos famosos na web e suas equipes resolveram rolar suas páginas e correr pela sequência de posts para ver se suas opiniões e comentários de anos atrás podem gerar polêmica em 2018 – ou em futuro próximo.

Relembre a polêmica:
Depois que escreveu um comentário considerado racista sobre o jogador da França, Mbappé, e teve posts antigos resgatados, o youtuber Júlio Cocielo foi criticado e não só perdeu assinantes em seu Canal Canalha no YouTube, como também campanhas publicitárias. 



Com as criticas, o influenciador de 16 milhões de seguidores correu e apagou mais de 50 mil tuítes e pediu desculpas. O ator Bruno Gagliasso entrou na polêmica ao criticar e pedir boicote a Cocielo. Em seguida internautas resgataram piadas apontadas como homofóbicas compartilhadas por ele em 2009. 

Gagliasso se redimiu, pediu desculpas, mas também não se livrou de perder contratos publicitários. Isso também já aconteceu com Whindersson Nunes. 'Dizia que gay não entrava no céu', relembra o youtuber-comediante.
Bruno Gagliasso, Júlio Cocielo e Windersson Nunes: no centro da polêmica da semana (Reprodução)
Whindersson e Gagliasso:
importante é mudar hoje 

O YOUTUBER Whindersson Nunes utilizou suas redes sociais para se 'antecipar' a seguidores que possivelmente fossem vasculhar seu perfil no Twitter em busca de tuítes comprometedores feitos há alguns anos.

Em 2011, por exemplo, escreveu: "Se meu filho for gay não vou ficar bravo com ele, vou ficar bravo comigo, eu que não soube fazer direito!". Já em 2014, respondeu um fã que questionou sua opinião sobre homossexualidade: "Não que eu ache certo, mas se o cara for, eu não posso fazer nada."


Com a polêmica o influenciador, que tem o segundo canal de YouTube com maior número de seguidores do Brasil (mais de 30,1 milhões), foi na direção contrária. Em vez de apagar as polêmicas, deu o caminho no estilo conselho de mãe: "quem procura acha". 




Bruno Gagliasso também se redimiu e apagou de seu Instagram o pedido de boicote a Cocielo, após virem à tona tuítes de 2009 em que fazia piada com homossexuais. Sua resposta foi semelhante à de Whindersson: admitiu o erro e diz responder com suas "ações e atitudes" de hoje. 



Bruno Gagliasso e a esposa Giovanna Ewbank, acabaram ficando no centro da polêmica após tuítes seus datados de 2009 vieram à tona. Nas mensagens publicados pelo ator global, ele fazia piadas homofóbicas e misóginas contra lésbicas, “viados” e “mulher feia”.

Internautas resolveram resgatar as mensagens depois que Bruno postou críticas a respeito da suposta mensagem racista publicada por Júlio Cocielo. Após a polêmica, tanto o ator quanto Giovanna decidiram excluir de suas contas os posts detonando o youtuber.

“Temos que cobrar posicionamento das marcas que o patrocinam, é claro. Mas são os outros famosos que ainda o seguem, e, principalmente, as pessoas comuns, anônimas, que verdadeiramente me preocupam. Apoiar uma pessoa racista é ser conivente, sim (…) É obrigação de todos nós constranger e vigiar nosso círculo social”, dizia o post republicado e depois apagado por Gagliasso.


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Assessores ficam de olho 
nas redes sociais dos famosos

SEGUNDO o site G1, um assessor de comunicação de vários "influencers" e youtubers, com milhões de seguidores, disse que os jovens às vezes falam e fazem coisas sem pensar.

“Por isso, orientamos que apaguem esses tipos de textos, justamente porque não condizem com o momento atual e nem com a mentalidade atual do artista”, explicou ao site o assessor, que preferiu não se identificar. “Às vezes, nossos clientes começam a carreira muito cedo. Antes mesmo de ficarem famosos, estão na internet brincando, seguindo opiniões e pensamentos politicamente incorretos".

Além de orientar, ele também fica de olho nas redes sociais dos clientes. E, em caso de posts polêmicos, a forma de deletar é manual mesmo, sem o uso de ferramentas que apagam tuítes em série.

“Nós, assessores e empresários, olhamos. Ferramentas às vezes falham, usamos o velho e bom olho. Sempre fazemos isso quando assinamos o contrato. Mas eu já olhei novamente o Twiter dos meus clientes [após o caso Cocielo]. Vai que... Né?”.

Outro assessor de artistas famosos procurado pelo G1 também afirmou que já tenta barrar o problema desde a raiz, evitando assim posts polêmicos. “Tudo o que nosso artista vai postar, a gente pergunta: 'e se você mudar de ideia depois?'". Ele ainda diz que é melhor não falar sobre temas polêmicos.

FELIPE NETO

EM SEU perfil no Twitter, o youtuber Felipe Neto disse que, após o caso Cocielo, tem recebido pedidos de ajuda sobre o assunto: “O que eu tô recebendo de mensagem de amigo influenciador perguntando ‘cara como que eu apago todos os tweets?’ num tá no gibi”, ele disse.


Alguns internautas questionaram o fato de Felipe não citar os nomes dos “amigos”, mas o fato é que o caso mostrou um sinal de alerta. Em especial para os "influenciadores" (como são chamados os famosos nas redes sociais) e seus assessores de comunicação. 

Fenômenos com 

'pouca maturidade'

"Acompanho exatamente tudo. Não apenas as redes dos meus artistas, pessoais e profissionais, mas aquilo que eles curtem, comentam e de todas as pessoas que fazem parte do universo em que eles estão inseridos”, diz a assessora de imprensa Bianca Ceará

“Já passei pelos dois casos, tanto apagar posts e também solicitar uma nova publicação. Muitas vezes, a pessoa não tem a intenção, mas acaba criando ou se envolvendo em polêmicas por conta de uma vírgula ou a falta dela".
"Por um lado, a rede social é extraordinária. Aproxima o ídolo do fã de uma forma assustadora. Mas este ídolo também é um ser humano e, como ser humano, aberto a falhas”, afirma Bianca.

“Acho que o caso dele [Julio Cocielo] e outros recentes sempre me sinalizam a mesma coisa: é preciso conhecer. E conhecer para orientar. Os 'fenômenos’ surgem como um meteoro e, pela pouca maturidade, acabam dizendo, ou melhor, escrevendo aquilo que querem. Não pensam nas consequências”, diz a assessora.

'E você caro leitor? O que anda comentando e postando nas redes sociais? Teu passado te condena?'
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Fnte: com informações de G1.globo.com
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