por C l ó v i s A s s i s
A t o r e s & M í d i a s
AO LONGO do percurso histórico da humanidade a arte, enquanto ato político e filosófico, atua como importante – e inquestionável – ferramenta no papel de retratar e registrar as inquietações necessárias ao exercício reflexivo sobre a sociedade e os seus valores.
No último fim de semana o Grupo de Apoio à Loucura (G.A.L.), em parceria com artistas de renome da cena cultural rio-pretense, jogou luz ao movimento pela liberdade de expressão, por meio da arte, e de suas influências como manifesto politico/social, ao realizar a primeira edição da ‘MADRE – Mostra de Artes da Diversidade e Resistência’, de São José do Rio Preto (SP).
Segundo o ator e produtor Murilo Gussi, idealizador do projeto e diretor do G.A.L, a Mostra representa resistência à um sistema machista e opressor. “Através da arte e cultura a MADRE propôs um encontro da diversidade de linguagens, de corpos e de sensações”, declarou Murilo em entrevista ao blog Atores & Mídias.
Em cena: o ator e diretor Murilo Gussi (Foto/Rosi Caires) |
O movimento artístico ocupou o Centro Cultural Vasco na noite da sexta-feira (24), envolvendo peças teatrais, performances e vídeos, com a finalidade de causar reflexões, por diferentes vertentes artísticas, ao repudiar os pré-conceitos e qualquer tipo de censura à liberdade de expressão.
“Mais de 50 artistas participaram voluntariamente desta primeira edição, o público aprovou e nós já pensamos futuras ações”, comemora Gussi, que cumpriu com a proposta ao levar ao palco temas específicos e representativos de grupos e de movimentos [rotulados de minorias] como LGBTs, negros, mulheres, pessoas com deficiência, entre outros.
A realização da mostra foi um ato de bravura tanto dos artistas [eis aí nossos anti-heróis contemporâneos] quanto do grande público, que marcou presença em todas as apresentações. O evento chamou a atenção da opinião pública e, no fim de semana, foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e no circuito da alta roda social, política e cultural da região de Rio Preto/SP.
“Alcançamos bons resultados, tais como o de fortalecer a cultura de resistência por meio da arte, contribuindo para o empoderamento e representatividade dos que ainda são marginalizados na dinâmica social”, diz Gussi, que volta à cena já nesta sexta-feira (1º/12), com a estreia do espetáculo CABAREXISTÊNCIA, no SESC Rio Preto/SP. “Neste novo trabalho do G.A.L. já mostramos no título que a nossa luta continua”.
No cartaz apresentado dia 24 de novembro no Centro Cultural Vasco, em Rio Preto/SP, o público pôde conferir espetáculos como Humalteridade, com a atriz Vanessa Cornélio, do Asa de Borboleta Performance Art.
O musical PUTO! com a direção de Murilo Gussi, também contemplado pelo Prêmio Nelson Seixas, foi muito aclamado. A participação especial do grupo musical As Valquírias completou o sucesso das apresentações na Mostra.
A programação da MADRE ocupou ainda o espaço Barteliê Gastrô – eleito o bar cultural oficial do evento, um ambiente de descontração, onde a boa conversa namora com a dança. Ao palco o ator Harlen Felix encenou Onde Andará Pedro? – performance inspirada na obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu.
Por vezes a arte, como ato politico, social e filosófico, se torna de difícil entendimento a uma primeira olhada, porém carrega um discurso conceitual indispensável ao seu entendimento e que precisamos nos atentar para o exercício reflexivo – ao qual nem sempre estamos muito dispostos.
Contudo temos muito a aprender com a arte, não apenas quando apreciamos as obras, mas quando estamos desejosos e dispostos a enxergar a carga de conhecimentos que as suas linguagens desejam nos oferecer.
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“Mais de 50 artistas participaram voluntariamente desta primeira edição, o público aprovou e nós já pensamos futuras ações”, comemora Gussi, que cumpriu com a proposta ao levar ao palco temas específicos e representativos de grupos e de movimentos [rotulados de minorias] como LGBTs, negros, mulheres, pessoas com deficiência, entre outros.
A realização da mostra foi um ato de bravura tanto dos artistas [eis aí nossos anti-heróis contemporâneos] quanto do grande público, que marcou presença em todas as apresentações. O evento chamou a atenção da opinião pública e, no fim de semana, foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e no circuito da alta roda social, política e cultural da região de Rio Preto/SP.
“Alcançamos bons resultados, tais como o de fortalecer a cultura de resistência por meio da arte, contribuindo para o empoderamento e representatividade dos que ainda são marginalizados na dinâmica social”, diz Gussi, que volta à cena já nesta sexta-feira (1º/12), com a estreia do espetáculo CABAREXISTÊNCIA, no SESC Rio Preto/SP. “Neste novo trabalho do G.A.L. já mostramos no título que a nossa luta continua”.
O ator Harlen Felix encena 'Onde Andará Pedro?' – performance inspirada na obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu. (Foto|Tess Marcondes) |
A ARTE ROMPE barreiras e ainda hoje, na contemporaneidade, questiona e apresenta as inquietações necessárias ao exercício reflexivo sobre a sociedade e os seus valores. Os espetáculos, performances e intervenções encenados por artistas e produtores na 1ª MADRE – Mostra de Artes da Diversidade e Resistência’ fortalecem um ideal coletivo: o de evidenciar a arte enquanto ato político e filosófico.
Todas as obras artísticas representadas na MADRE nos apontaram verdades e muitas respostas – às vezes divergentes aos interesses político/institucionais dos que fomentam, e/ou que patrocinam, os trabalhos dos artistas.
Todas as obras artísticas representadas na MADRE nos apontaram verdades e muitas respostas – às vezes divergentes aos interesses político/institucionais dos que fomentam, e/ou que patrocinam, os trabalhos dos artistas.
No cartaz apresentado dia 24 de novembro no Centro Cultural Vasco, em Rio Preto/SP, o público pôde conferir espetáculos como Humalteridade, com a atriz Vanessa Cornélio, do Asa de Borboleta Performance Art.
'Humalteridade', com a atriz Vanessa Cornélio (Foto/Tess Marcondes) |
Também esteve em cena a peça Arreda Homem Que Aí Vem Mulher, da Cia. do Santo Forte – dentre outros trabalhos de mais de 50 artistas, que estão circulando pela cidade de Rio Preto/SP, por meio do edital do concurso cultural Prêmio Nelson Seixas 2017, da Secretaria Municipal de Cultura.
O musical PUTO! com a direção de Murilo Gussi, também contemplado pelo Prêmio Nelson Seixas, foi muito aclamado. A participação especial do grupo musical As Valquírias completou o sucesso das apresentações na Mostra.
A programação da MADRE ocupou ainda o espaço Barteliê Gastrô – eleito o bar cultural oficial do evento, um ambiente de descontração, onde a boa conversa namora com a dança. Ao palco o ator Harlen Felix encenou Onde Andará Pedro? – performance inspirada na obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu.
Por vezes a arte, como ato politico, social e filosófico, se torna de difícil entendimento a uma primeira olhada, porém carrega um discurso conceitual indispensável ao seu entendimento e que precisamos nos atentar para o exercício reflexivo – ao qual nem sempre estamos muito dispostos.
Contudo temos muito a aprender com a arte, não apenas quando apreciamos as obras, mas quando estamos desejosos e dispostos a enxergar a carga de conhecimentos que as suas linguagens desejam nos oferecer.
‘Precisamos Falar Sobre’, um dos destaques da Mostra (Foto|Tess Marcondes) |
A 1ª MADRE – Mostra de Artes da Diversidade e Resistência’ é uma iniciativa do Grupo de Apoio à Loucura (GAL), de Rio Preto/SP, que atualmente circula com o espetáculo musical Puto!, em que coloca em discussão a homofobia e o preconceito sofrido por gays, lésbicas, travestis e transexuais.
O G.A.L. surgiu em 2009 da necessidade de abordagem de assuntos considerados urgentes como a intolerância e violência. “Cada trabalho trouxe possibilidades infinitas de comunicação e transformação, tendo hoje como objetivo a soma de forças com outros artistas afim de potencializar rede, atingir um público ainda maior e redescobrir meios de abordagens no diálogo sobre, liberdade, respeito e acima de tudo o amor”, finaliza Murilo Gussi.
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